BE, o novo disco do Beady Eye, tem dado o que falar desde o seu lançamento em junho: seja pelas declarações de Laim Gallagher, que disse que abandonaria a música se o álbum não vingasse, até a controvertida capa do disco – que não se reflete no encarte, o que decepciona qualquer um.
O segundo single do disco, Shine a light, segue o padrão “sexual” da arte e faz perguntar se a MTV vai permitir que ele se transmitido em qualquer horário.
Depois de lançar o controvertido Oceania, que dividiu opiniões em 2012, Billy Corgan e sua trupe preparam mais uma grata surpresa para seus fãs. O Smashing Pumpkins vai relançar – no dia 29 de julho – a caixa The Aeroplane Flies High, que havia saído, originalmente, em 1996. No entanto, além das 33 músicas que continha na época, o re-issue trará também outra 90 canções – entre takes altertivos, outtakes e coisas mais.
Como se isso já não fosse o bastante, a caixa contará com um CD ao vivo – com gravações de diversos shows da tour do Mellon Collie and the Infinite Sadness, um dos álbuns mais emblemáticos da banda. No total, a caixa trará 6 CDs, 5 vinis e um DVD.
É o tempo dos retornos. Sem nada de novo desde Come around the sundown, de 2010, o Kings of Leon já começa a deixar um gostinho de apreensão nos fãs ao divulgar a primeira música de seu novo disco Mechanical Bull, previsto para 24 de setembro. “Supersoaker” saiu nesta quarta-feira (17), mas deve ser apresentada na próxima segunda-feira (22) no programa Jimmy Fallon.
Entre os lançamentos mais esperados – a partir do segundo semestre – estão Franz Ferdinand, Arctic Monkeys e a coletânea de raridades e b-sides do Belle & Sebastian.
A levar em conta o histórico audacioso de Wayne Coyne, mente e voz do Flaming Lips, não é de se admirar o que os norte-americanos foram capazes de fazer no vídeo de “Turning violent”, single tirado do álbum The Terror, lançado em abril deste ano.
Sem deixar de lado o experimentalismo, o vídeo tira o espectador de sua “paz de espírito” tão logo é possível. (Mas isso não é novidade para os fãs do Flaming lips.)
Por falar em esquisitice, deve chegar às lojas ainda em 2013 o disco Lip$ha, parceria dos psicodélicos com a estranha Ke$ha – algo tão bizarra quanto a parceria entre o Lou Reed e o Metallica, que originou Lulu, um dos piores discos de 2011.
Não demorou para que os burburinhos fossem confirmados: Lana Del Rey está no line-up do Planeta Terra deste ano – que acontece no Campo de Marte, em São Paulo, no dia 9 de novembro. Essa é a primeira vez que a moça pisa em solo tupiniquim.
A cantora é um dos nomes maus hypados dos últimos tempos e pisará no mesmo palco que nomes consagrados da música, como Blur, Beck, Palm Violets e o brasileiro BNegção. Outro nome do momento, Clarice Falcão, também já confirmou presença no evento.
A pré-venda das entradas começa no dia 22 de julho para clientes do cartão Ourocard, os demais terão de esperar até o dia 26 e poderão adquiri-los pelo Tickets for fun. O primeiro lote, dos 30 mil ingressos disponíveis, custa R$ 300. O segundo e terceiro lotes vai sair pela bagatela de R$ 330 e R$ 350, respectivamente.
Chico Buarque é uma daquelas figuras-prodígio que aparecem poucas vezes na Terra. Completando 69 anos nessa quarta-feira (19), Chico atravessou diversos momentos em sua vida e em sua carreira chegando, em muitos momentos, a criar a confusão das ideias entre o que é arte e o que é mundo real. Prova disso é sua incursão pela música, literatura e teatro, cada uma com competência e qualidade, tanto que não são poucos os prêmios que acumulou, como o Jabuti, pelo livro Leite derramado, de 2009, que, apesar de toda a polêmica, foi mais merecido.
Figura importante no processo de redemocratização do Brasil, Chico chegou a ter de ir embora – em uma espécie de autoexílio – para a Itália, além de criar um heterônimo, assim como Pessoa, um dos de seus poetas preferidos, para fugir da censura que já não avaliava mais suas letras, simplesmente as vetava. Julinho da Adelaide, o “alter ego” malandro criado por Chico, era filho de uma negra com um alemão e chegou dar diversas entrevistas aos jornais brasileiros.
Nessa época, Chico Buarque havia se transformado em um verdadeiro herói da resistência, criando uma aura ainda maior em torno de si, mas ainda assim permaneceu avesso aos holofotes que tanto o persegue. Tímido, ele nunca escondeu que não gosta de aparecer e que não é muito afeito aos shows que seus fãs tanto pedem.
Bastidores
Quando “reapareceu”, em 2011, com Chico e uma turnê que percorreu todo o Brasil, houve a prova de que a admiração por ele não tem idade. Não era difícil encontrar um público heterogêneo em seus múltiplos sentidos: homens, mulheres, crianças, enfim, gente de todas as idades. Os vídeos que eram disparados diariamente com cenas de bastidores da gravação do álbum se transformaram em coqueluche e povoavam as redes sociais.
Quase chegando aos 70 anos, Chico Buarque é tão atual como quando tinha 20. O homem mudo. O artista, também, no entanto, sua importância cresce com o passar dos anos e se transforma em parte da história cultural do Brasil.
O Nada de meias palavras lista cinco álbuns pelos quais vale a pena esperar em 2013. Alguns já foram lançandos lá fora, como o caso do The National, porém, aind anão chegaram por aqui. Outros, como do Pet shop boys ainda estão para sair.
Desde o lançamento de Suck it and see, em 2011, um novo disco do Arctic Monkeys é mais que aguardado. Os indícios de que algo está para acontecer começou na semana passada quando a banda tocou a inédita “Mad sounds” em um show na Suécia. Entretanto, a grande surpresa aconteceu na madrugada desta quarta-feira (19), quando Alex Truner e sua trupe, lançou seu novo single “Do I wanna know?”, cujo clipe já passa de 315 mil visualizações.
Em todos os cantos, sites e blogs, pipocam referências entre a nova música do Arctic Monkeys e a primeira fase do Queen of the stone age, liderada pelo marombado Josh Homme, mas o certo é que a banda foi buscar em si mesma os elementos que compõe a nova faixa, tendo o peso de Humbug, lançado em 2009.
Lançado dias atrás, BE, o novo trabalho do Beady Eye, banda formada pela subtração do Oasis menos o Noel Gallagher, chega às lojas” para sedimentar o início de carreira do grupo, que já começa com quase vinte anos. Assim como álbum anterior, Different gear, still speeding, de 2011, esse segundo trabalho puxa pelo lado menos convencional do Oasis e consegue brilhar justamente por fugir do lugar comum.
Obviamente, é impossível não perceber referências ao finado grupo e às influências mais clássicas de Liam Gallagher e sua trupe: Beatles e os grupos dos anos 60. Já de cara, “Flick of the Finger”, uma canção escrita por Liam, Gem Archer (guitarras) e Andy Bell (guitarras) e que parece ter saído diretamente do último disco do Oasis, Dig out your soul, de 2009.
A segunda faixa, quando anunciada, parecia uma cover do Bowie: “Soul love”. Sem dúvida, um dos grandes destaques do disco, com uma sonoridade psicodélica e uma letra simples, bem típica do Gallagher mais novo: “All I know is you can be / Everything you want to be / Life is short, so don’t be shy /Tears of joy is all you’ll find”. “Face the crowd” soa como os mods dos anos 60 e representa uma guinada no disco, embora não empolgue muito.
Sem incômodos
Primeiro single do disco, “Second bite of the apple” foi lançada no programa de Zane Lowe, na BBC Radio 1, em 15 de abril e foi bem recebida pela crítica à época. Apesar de ser uma das obras-primas do Beady Eye, a faixa alcançou somente a 112ª posição nas paradas inglesas. “Soon Come Tomorrow”, com letra e música de Andy Bell, também parece ter escapado de Dig out your soul, mas tem uma sonoridade mais sóbria, deixando de lado a psicodelia excessiva que aquele álbum possui. Essa impressão de resquício do último disco do Oasis vem, em parte, por conta do vocal de Liam, que lembra – e muito – seu timbre em “I’m outta time”, um dos singles do derradeiro trabalho.
“”Iz Rite”, considerada por muitos como a música mais fraca do segundo disco do Beady Eye, merece uma segunda chance. Por mais que não seja o exemplo de maior inspiração do grupo, a faixa vale os versos: “Come on it’s real / You know how I feel / You give me something here / And it’s all I know / It’s all I know”. A canção que se segue, “I’m Just Saying”, funciona como um preparativo para uma das partes mais esperadas e inspiradas de BE, a provocativa “Don’t brother me”.
Primeiro: Liam faz um trocadilho imperdível e imperdoável com as palavras “brother” e “bother”, respectivamente, irmão e incomodar. Ao longo de seus mais de sete minutos, Gallagher manda uma recado claro ao seu irmão Noel: “Don’t brother me when you’re done / Sick of all your lying / Scheming and you crying / They say that I’m free but I’m one / I’m always in the sun / Did you number one?”. Mesmo com toda a fúria, Liam usa John Lennon para chamar Noel às pazes: “In the morning, I’ve been calling / And hope you understand / All or nothing, I’ll keep pushing / Come on now give peace a chance Take my hand, be a man”. Certamente, um dos melhores momentos de BE, repleto de cítaras, que se repete em “Shine a light”, mas não em “Ballroom figured” e muito menos em “Start a new”.
Chegando aos 54 anos hoje, o britânico Morrissey já deixou claro que está “vivendo mais que pretendia” e que “alguma coisa deve ter dado certo” para que isso acontecesse. Independentemente dessa visão sobre a própria vida, o ex-frontman do The Smiths abandonou a imagem do jovem trágico – que cunhou nos anos 80 – e aparece em cena como um bon vivant muito bem trajado que joga seus braços por Paris, caminha por Roma e perambula por Los Angeles – cidade que, por sinal, já foi sua casa.
O legado criado por Morrissey, seja com sua ex-banda ou em carreira solo, é inegável. É impossível não ouvir ecos de sua influências em artistas como Suede, Oasis, The Heartbreaks, Belle & Sebastian e até mesmo em David Bowie – que regravou em seu Black tie, White noise a canção “I know it’s gonna happen someday” do clássico Your arsenal, de 1992.
Flertando com o desastre
E é, justamente, desse álbum que brotaram as acusações de racismo contra o cantor, usando, não apenas canções como “Glamorous glue”, “The National front disco” e “We’ll let you know”, mas também uma conturbada apresentação no Madstrock, em que o pano de fundo da apresentação era duas skinheads.
A coroação desse episódio foi a manchete do semanário inglês New Musicial Express (NME) que dizia: “Segurando a bandeira ou flertando com o desastre?”. A resposta do bardo viria somente 12 depois do caso, mas seria uma tampa perfeita para esse caldeirão de acusações. “Irish blood, English heart”, do lendário You are the quarry, de 2004, tem os versos: “Sonho com o tempo quando / ser inglês não será pernicioso / e segurar a bandeira / não fará se sentir envergonhado, racista ou parcial” e não precisa dizer mais nada.
Atualmente, uma das mais pedidas em shows e mais conhecidas de Morrissey, a música marcou o retorno do britânico ao mainstrain, após sete anos sem gravadora – desde o fatídico e desastroso contrato assinado com a Mercury, em 1996, e que resultaria no ano seguinte em Maladjusted, um disco árduo, que deixa exposto o penar de Morrissey e sua batalha judicial contra o ex-Smiths Mike Joyce que reivindicava – e acabou saindo vencedor – maior participação nas vendas do material da banda.
Anos selvagens
Nesse meio tempo, entre o Madjusted e o You are the quarry, Morrissey faria quatro apresentações pelo Brasil, em 2000, algo que só se repetiria 12 anos depois. Foi nessa época em que um dos maiores tesouros da mozmania foi criado: o documentário da BBB The Importance of being Morrissey, mostrando o dia a dia o ídolo, em sua casa, no backstage, no aeroporto, enfim…
Na entrada do século XXI, Morrissey já estava consolidado como um dos maiores artistas de sua geração e, de acordo jornal inglês Guardian, o maior britânico vivo e o segundo maior de todos os tempos – perdendo somente para Shakespeare. Por isso, nada mais justo que o Nada de meias palavras preste essa homenagem ao homem que criou que fizeram chorar, mas também salvaram vidas.