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Pouco antes de lançar a reedição de seu Bona drag, em 2010, Morrissey – ex-frontman do The Smiths – disparou em uma entrevista ao Guardian que os chineses, devido seu “tratamento” aos animais, eram uma subespécie e causou o maior frisson e conseguiu atrair os holofotes – alguns deles contra o britânico – para o relançamento de seu clássico de 1990.

Passados pouco mais de dois anos, foi a vez de Johnny Marr, ex-guitarrista do The Smiths e desafeto do peito do vocalista, criar polêmica no Guardian. Às vésperas de lançar The Messenger – primeiro disco de Marr a fazer frente ao que produziu pela banda – o músico afirmou que ele e seus três companheiros de Manchester são os pais do indie como ele é hoje.

Angústia criativa

Marr não está inteiramente equivocado. Apesar de a imprensa britânica considerar o New Order o grupo mais influente dos anos 80, sem dúvidas o The Smiths foi o grupo que mais deixou rastros ao redor do mundo.

O Brasil teve sua febre com o quarteto em 1986, cerca de um ano antes do fim calamitoso da banda. Quando The Queen is dead chegou por aqui ajudou a formatar um som diferente, que misturava Beatles, Bowie e New York Dolls, e permitia letras pungentes – cheias de poesia, angústia e beleza.

Não demoraria para fazer escola por aqui. Renato Russo e sua Legião Urbana era o reflexo mais contundente dos britânicos – muito embora, Morrissey esteja muito mais para Rimbaud e Russo para Camões.

De Manchester também sairia o Oasis que, apesar de inicialmente negar a tudo e a todos, sempre deixou claro sua influencia pelos conterrâneos. Radiohead e Coldplay também não se cansariam de pagar tributos ao quarteto.

Paternidade

A despeito de toda inegável influência do rapazes da terra da Rainha, não tem como negar que a paternidade do indie não seja dividida com os americanos do R.E.M.

Morrissey e Stipe são amigos há muito tempo – nem é preciso lembrar dos rumores de um romance entre eles e de que a letra de Found found found era dirigida ao vocalista do R.E.M..

Entretanto é engraçado pensar que, enquanto Stipe pensava em projetar sua banda aos quatro cantos do mundo, Morrissey tentava criar um concha sobre seu trabalho e se proteger, em suma, da indústria fonográfica – isso explica do fato de não ter assinado com a Factory, gravadora do Joy Division, e sim com a quase anônima Rugh Trade.

Se o The Smiths tivesse sido o que Marr pretendia – um novo U2 – talvez pudesse assumir essa “culpa” sozinho. Mas não é bem assim.

Confiras quatro das músicas que farão parte do The Messenger.

New Town Velocity

The Messenger

Upstarts

The Right thing right